A arte das capas de discos precisa ser fundamentalmente criativa e, sobretudo, atrativa, pois ela pode ser um dos itens que podem alavancar a vendagem. Principalmente por alguns que compram coisas sem saber o porquê.
Entretanto, por pressões de diversas naturezas, vários artistas foram obrigados a mudar a arte original das capas de seus discos devido por gerarem fortes polêmicas.
Assim, não é novidade alguma que a capa do disco “My Beautiful Dark Twisted Fantasy”, do rapper Kanye West , tenha sido banida de algumas lojas dos EUA.
Beatles, Rolling Stones e Jimi Hendrix, por exemplo, já lançaram álbuns cujas capas provocaram polêmica e, em alguns casos, até censura. Veja abaixo alguns dos encartes que foram banidos, juntamente com suas respectivas substituições.
The Beatles - Yesterday and Today (1966) - O disco mostrava os Beatles segurando partes de uma boneca todos ensanguentados. Por ordem da gravadora, todos os discos foram recolhidos e sua capa foi mudada. Hoje, é um dos discos mais raros e valiosos dos Beatles.
John Lennon e Yoko Ono - Two Virgins (1968) – Este foi o primeiro disco do casal. A partir daí, os não só firmaram uma parceria musical como também amorosa. É um álbum experimental, mas de péssima qualidade musical. Creio que se não fosse o impacto da capa, teria passado batido na época.
The Jimi Hendrix Experience - Electric Ladyland (1968) - Em "Eletric Ladyland", Hendrix consolidou-se também como produtor e diretor. Lançado em setembro de 1968, este foi o seu terceiro disco. Ao assumir o controle total da produção e direção dos trabalhos em estúdio, ele se livra da pressão de seus produtores anteriores, que só visavam engordar as suas contas bancárias com resultados imediatos. Tanto que as músicas foram gravadas e regravadas à exaustão. Este disco mudaria o rumo da música pop.
Rolling Stones - Beggars Banquet (1968) - O ano de 1968 foi muito fértil para a música pop internacional. Depois do lançamento do “Their Satanic Majesties Request” (1967) - uma frustrada viagem de Mick Jagger, Keith Richards, Brian Jones, Bill Wyman e Charlie Watts ao psicodelismo -, os Rolling o LP “Beggars Banquet”, um dos grandes discos da história do pop.
David Bowie - Diamond Dogs (1974) - Depois de toda a piração em torno de Ziggy Stardust, Bowie resolve abraçar a apocalíptica obra de George Orwell, "1984". De concepção meio que experimental, não é um disco que retrata com nitidez todo o talento de Bowie, mas é um álbum pra se entender um pouco o que foi glam-rock.
Roxy Music - Country Life (1974) - Mostrar belas mulheres em suas capas não era novidade nenhuma pra banda britânica. Mas a nudez das deliciosas modelos Eveline Grunwald e Constanze Karoli foi muito pra cabeça de muita gente. Resultado: a capa acabou sendo censurado nos EUA e em alguns países da Europa. O disco é um dos clássicos glam-rock.
Guns N' Roses - Appetite for Destruction (1987) - É o disco de estréia da banda, cuja capa original traz a imagem de um robô estuprador. Apesar do enorme sucesso comercial (vendeu mais de 40 milhões de cópias), a gravadora cedeu às criticas e substituiu a capa por uma versão mais digerível.
Scorpions - Virgin Killer (1976) – Na Alemanha, país de origem da banda, até que a capa passou batida. Mas nos EUA é proibida até hoje sob a alegação de fazer apologia à pornografia infantil. No Brasil, a imagem foi substituída por um escorpião caminhado sobre a bunda de uma mulher. Por razões óbvias, mative a tarja de “censurado” na arte original.
Hurricane - Slave to the Thrill (1990) – Terceiro disco da banda norte-americana. “Slave To The Thrill” foi também o único disco em que Doug Aldrich fez parte da formação dos Hurricane, antes de sair para formar os House Of Lords.
Brujeria – Matando Gueros (1993) – Brujeria numa tradução livre seria a nossa chamada “macumba”. A banda mexicana de fato é bem estranha. Toca algo como uma mistura sonora do thrash-death-grind, com letras que fazem apologia à revolução zapatista mexicana, ao satanismo e criticas aos Estados Unidos. Em algumas loja do México e EUA, o disco não foi aceito devido à sua capa muito forte: a imagem de uma cabeça de homem separada do corpo.
The Black Crowes - Amorica (1994) – Este é o terceiro disco da banda norte-americana. A foto foi retirada da revista Hustler e exibia uma virilha feminina, vestindo um biquíni com a bandeira dos EUA e com parte dos pentelhos à mostra. Resultado: o disco foi devolvido pro quase todas as lojas.
Gal costa – Índia (1972) - O disco mostra detalhes da deliciosa anatomia da cantora. A censura tupiniquim então caiu de pau (noutro sentido, é claro) e proibiu a sua distribuição. A saída da gravadora foi então envolver o álbum plástico azul, o que aumentou ainda mais a curiosidade do público, acarretando numa grande vendagem.
Tom Zé – Todos os Olhos (1973) - Por muitos anos acreditou-se (eu até hoje) que a capa do disco “Todos os Olhos” , do irreverente tropicalista Tom Zé, fosse uma foto de uma bolinha de gude fixada em um ânus de uma modelo.
O objetivo do poeta concretista Décio Pignatari, na época o produtor visual do disco, era o de confrontar a forte (mas burrra) censura da ditadura militar tupiniquim. E essa versão foi mantida até há pouco tempo.
Entretanto, a idéia não foi concretizada devido à dificuldade encontrada no memento de fazer a produção fotográfica. Assim, a solução encontrada foi a de colocar a tal bolinha na boca da moça. Resta saber agora se pelo menos trocaram polêmica bolinha.
Mais recentemente, o álbum de Katy Perry, “One of the Boys”, também foi censurado na Arábia Saudita. Para a versão distribuída na região, uma nova foto da artista é usada. Nela, a cantora aparece com as pernas e braços cobertos. Outra que provocou polêmica foi a da banda norte-americana Scissor Sisters. A capa do disco “Night Work”,que mostra o quadril do bailarino clássico Peter Reed (morto em 1986), teve sua imagem banida do Facebook por ser considerada “inapropriada e excessivamente explícita”.
By Resto do nada
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